Você já ouviu falar em arquitetura de confiança zero? Ou Zero Trust? Conforme a tecnologia avança, novas formas de ataques e tentativas de roubos de dados também surgem, exigindo das empresas uma maior criatividade e a exploração de novas formas de proteção.

Ao mesmo tempo, temos empresas gerando dados sensíveis e movimentos governamentais que oneram organizações que percam ou sofram qualquer tipo de vazamento de informações de terceiros sobre a sua tutela.

Além disso, temos o risco de roubo de dados estratégicos da própria empresa, que também devem ser evitados a todo custo, pois estão diretamente ligados à sua sobrevivência no negócio. Uma nova abordagem de segurança que vem ganhando destaque é a arquitetura de confiança zero. Saiba Mais!

O que é arquitetura de confiança zero

A arquitetura de confiança zero, também conhecida como Zero Trust, é uma metodologia de aplicação da segurança de TI introduzida pela empresa de análise Forrester Research, visando uma alternativa aos métodos tradicionais já consagrados no mercado hoje.

O Zero Trust é baseado no princípio de sempre verificar e nunca confiar, daí o nome de arquitetura de confiança zero, pois, por exemplo, durante uma navegação em rede baseada nesse modelo, todas as requisições teriam de ser validadas.

Os modelos tradicionais de segurança de TI atuam baseando-se na premissa de que um usuário logado em um aplicativo não oferece ameaça, pois ele já passou por uma barreira de verificação, ou seja, desconsideram as ameaças internas, validando apenas as externas.

Contudo, sabemos que o elo mais fraco de uma política de segurança são os usuários, que podem facilmente cair em técnicas de phishing e utilizar senhas fracas. Por conta disso, não se deve confiar totalmente no usuário logado, pois não se sabe se ele é quem realmente diz ser.

A arquitetura de confiança zero foi projetada e imaginada para lidar com esses desafios, cenários em que as ameaças são laterais e internas, dentro das aplicações sistemas ou redes, utilizando para isso a criação de micro-segmentações.

O Zero Trust realiza a verificação constante dos dados acessados pelo usuário, suas credenciais e localização. Isso permite identificar os tipos de ataques utilizados por hackers, que se movimentam dentro de redes e de sistemas de forma lateral em busca de dados valiosos.

Na maioria das vezes, o ponto de infiltração não é o destino do atacante, ele busca apenas uma forma de abordar o sistema ou a rede, para depois se movimentar em direção ao seu verdadeiro objetivo.

Nem sempre o hacker, por meio de ações de phishing, consegue as credenciais exatas que darão acesso aos dados que ele busca; será necessário que ele navegue dentro dos ativos para encontrar algo de maior valor, o que pode ser feito livremente em locais que utilizam os conceitos tradicionais de segurança.

Com uma demanda crescente por segurança e proteção da informação, é preciso aplicar os conceitos de arquitetura de confiança zero para evitar que atacantes possam vir a ter dados de sua empresa ou até mesmo de seus clientes.

Não há mais espaço para os modelos tradicionais de segurança da TI, é preciso pensar fora da caixa e cercar seus dados com muito mais verificações, ações que vão além de apenas uma verificação simples de credenciais.

Quais os seus conceitos

A arquitetura de confiança zero é baseada em alguns conceitos que devem ser seguidos para que se possa construir um modelo de proteção de dados eficiente contra ataques tanto externos quanto internos. Entre eles, podemos destacar:

Certificação de acesso

A certificação do usuário deve ser mais complexa e ir além de apenas uma checagem de credenciais. O ideal é realizar a verificação do local onde o usuário está realizando o seu acesso e o fluxo de dados que ele está buscando, garantindo que esteja de acordo com o seu histórico.

Entender quem são os usuários, o método de conexão de cada um deles e quais funcionalidades eles costumam fazer uso é fundamental para reforçar ainda mais a segurança de seus aplicativos e empresa. Essa pode ser considerada uma política altamente reforçada contra acessos escusos.

Controle de acesso

O controle de acesso dos usuários aos sistemas da empresa ou aos seus aplicativos deve ser mais rigoroso, o que torna o trabalho de invasão muito mais complexo aos hackers, reduzindo até mesmo as tentativas realizadas, uma vez que já se percebe o nível de dificuldade.

Uma estratégia muito interessante é a utilização de um sistema de verificação em duas etapas, na qual não é exigido apenas as credenciais do usuário, mas também pode-se validar o acesso com uma mensagem criptografada ao seu celular.

Dessa forma, temos uma maior certeza de que o usuário é realmente quem diz que é e, ao mesmo tempo, tornamos a dinâmica de um ataque muito mais complexa aos hackers.

Inspeção

Por fim, temos o conceito de inspeção, algo ligado à responsabilidade de sempre verificar, ou seja, garantir a cada nova requisição, que as credenciais do usuário estão realmente corretas.

Isso também pode ser realizado por meio da montagem de perímetros de inspeção, ou seja, pedir que o usuário se identifique novamente antes de realizar uma determinada ação.

Por exemplo, imagine um aplicativo de compras online. O usuário já está logado e fez todas as ações de escolher o produto e colocá-lo no carrinho, porém, antes de finalizar o pagamento, o sistema pede para que ele se identifique mais uma vez, garantindo a sua identidade.

Como iniciar uma arquitetura de confiança zero

O primeiro passo é reunir toda a equipe de desenvolvimento e de TI para repassar o que é a arquitetura de confiança zero e retirar ideias e sugestões de como esse conceito poderia ser aplicado em sua empresa ou aplicativos.

Depois disso, pode-se estabelecer um planejamento, um roteiro de passos a serem seguidos para que se alcance cada uma das mudanças, algo baseado em metas.

É claro que não é uma boa ideia aplicar o conceito a todas as áreas e realizar mudanças abruptas de uma única vez. O ideal é começar a mudar o paradigma atual de segurança aos poucos, até que tudo esteja de acordo com o Zero Trust.

Isso não algo que acontece da noite para o dia, não é algo que se possa comprar pronto. É um conceito que deve ser aplicado dentro da empresa, uma jornada que pode levar algum tempo até ser concluída.

Cada equipe de TI enfrentará desafios diferentes, já que existem ambientes diversos, porém, uma ideia interessante é buscar por empresas que já possuam expertise na criação de aplicações e consultoria para fortalecer esses conceitos.

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